18 janeiro 2008

O desespero

Não é mau ou anormal entrar em desespero. Mau é deixar-se afundar nele.
O desespero funciona como uma campainha de alarme que não podemos deixar tocar incessantemente. Corremos o risco de ensurdecer e não conseguir entender os sinais que nos podem libertar dele que estão á nossa volta.
Não há pai nenhum que não tenha entrado em desespero em alguma parte da sua vida. Maior ou menor. Por mais ou menos tempo. Aconteceu. Vai acontecer.
É sinal que deve parar, escutar-se, olhar á sua volta. Procurar ajuda. Não faz mal procurar ajuda.
Não faz mal não ter todas as respostas.
Quando se é pai não se recebe automáticamente um pacote de todo o saber. A capacidade de enfrentar todas as coisas. Não se passa a ser um ente superior.
Tudo duplica e muitas vezes os sonhos que tinhamos projectados caem por terra sem razão.
E o que se pensava que ao amar se resolvia deixa de ser tão óbvio.
Não há respostas para tanta pergunta que parece não deixar de aparecer.
Mas é perguntando, conversando com quem viveu e vive o desespero. Comparando, vivendo, que se ultrapassa ou minimiza um estado assim.
Para bem de todos.

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